TEXTO-EP-108-“GASES EM AÇÃO : O SHOW DAS MOLÉCULAS”
Esse é o terceiro episódio da nossa série sobre o estudo dos gases! Se você ainda não ouviu os episódios 106 e 107, corre lá na sua plataforma favorita de áudio. e escuta — eles são essenciais pra entender essa jornada gasosa do começo ao fim! Vamos começar com uma recapitulação rapidinha. Quando a gente mantém a quantidade de matéria constante, aquela letrinha "n", e varia pressão, volume e temperatura, a gente usa a equação:
, P e V são pressão e volume, T é a temperatura — sempre em Kelvin! E os subscritos 1 e 2 representam os estados inicial e final. Mas... e quando todas essas variáveis mudam juntas e a gente quer saber a quantidade de gás, por exemplo? Aí entra a estrela do dia: a equação de Clapeyron!
A equação é simples e poderosa: PV = nRT , Onde: P é pressão (em atm), V é volume (em litros), n é o número de mols, T é a temperatura (em Kelvin), e R é a constante universal dos gases. Aliás, R pode ter diferentes valores dependendo da unidade usada, mas no geral a gente usa: R = 0,082 atm·L·mol⁻¹·K⁻¹
Vamos pra um exemplo prático! Imagina que você tem 5,0 L de gás oxigênio, a 300 K e sob pressão de 2,5 atm. Quanto isso dá em mols e em massa?
A partir da equação de Clapeyron, usamos a equação: n = PV / RT, substituindo os valores n = (2,5 × 5,0) / (0,082 × 300) = 0,508 mol
E como a massa molar do oxigênio(O₂) é 32 g/mol, a massa será: m = n × M = 0,508 × 32 = 16,3 g
Falando em mols, você sabia que 1 mol de gás ideal ocupa 22,4 litros em CNTP?
Sim! CNTP é o padrão que usamos aqui no Brasil — 0 °C e 1 atm. Já as condições de Pressão e Temperatura padrão(STP), usado pela IUPAC, considera 1 bar de pressão.
E por isso, em STP, o volume molar ideal é 22,7 L/mol. Quase igual, mas com aquela diferença nerd que a gente ama!
Você sabia que dá pra calcular a densidade de um gás a partir da equação de Clapeyron?
Tudo começa com a equação: PV = nRT , agora, lembrando que o número de mols (n) pode ser escrito como a razão entre a massa (m) e a massa molar (M), ou seja: n = m/M
Substituindo isso na equação de Clapeyron, temos: PV = (m/M)RT
Reorganizando a equação, podemos isolar a densidade. Como densidade é massa por volume, ou seja, d = m/V, chegamos à expressão:
d = PM / RT
Essa fórmula nos mostra que a densidade de um gás depende da pressão (P), da massa molar (M), da temperatura (T) e da constante dos gases (R). Uma forma prática e poderosa de entender o comportamento dos gases em diferentes condições!
Vamos a um exemplo prático? Qual é a densidade do gás oxigênio (O₂) sob pressão de 1,10 atm e temperatura de 35 °C?
Passo 1: Converter a temperatura para Kelvin
Lembrando que a temperatura na equação dos gases deve estar em Kelvin:
T = 35 + 273 = 308 K
Passo 2: Aplicar a fórmula da densidade
A equação é: d = (P × M) / (R × T)
Onde:
- P = 1,10 atm
- M = 32 g/mol (massa molar do O₂)
- R = 0,082 atm·L/mol·K
- T = 308 K
Substituindo os valores: d = (1,10 × 32) / (0,082 × 308)
d ≈ 35,2 / 25,26
d ≈ 1,39 g/L
E dá pra fazer o caminho inverso também! Se souber a densidade, a pressão e a temperatura, dá pra calcular a massa molar do gás.
A Lei de Avogadro é linda: mesmo volume, mesma temperatura e mesma pressão → mesmo número de partículas, não importa o gás!
Isso mesmo! Por isso, 1 L de H₂ tem o mesmo número de moléculas que 1 L de O₂ em CNTP:
6,02 × 10²³ moléculas!
E se dobrar o número de mols, dobra o volume também! A equação é: V₁/n₁ = V₂/n₂
Agora vamos de Lei de Dalton! Em uma mistura de gases, a pressão total é a soma das pressões parciais:
Ptotal = P₁ + P₂ + ...Pn
Quer um exemplo? Aqui vai:
Temos uma mistura gasosa formada por dois gases:
- Oxigênio (O₂) a 0,8 atm
- Nitrogênio (N₂) a 0,2 atm
Qual é a pressão total da mistura?
Segundo a Lei de Dalton, a pressão total de uma mistura gasosa é a soma das pressões parciais de cada gás presente. Em outras palavras:
Ptotal = PO₂ + PN₂
Substituindo os valores: Ptotal = 0,8 atm + 0,2 atm = 1,0 atm
E dá pra calcular a pressão parcial com fração molar também: , lembrando que